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A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre as acusações de assédio sexual contra o ex-ministro da Igualdade Racial, Silvio Almeida, e, em relatório final enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), indicia o ex-integrante do governo por assédio sexual e importunação sexual. O caso, que tramita sob sigilo, teve início após denúncias apresentadas pela ONG Me Too Brasil.
O ministro André Mendonça, relator do processo, agora aguarda os próximos passos, incluindo a análise do material pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A defesa de Almeida negou todas as acusações e, por meio de nota, informou que não se manifestará sobre o indiciamento.
Entre as vítimas que depuseram contra Almeida, está a ministra Anielle Franco. A titular da pasta da Igualdade Racial revelou à Polícia Federal que as importunações começaram em 2023 e se estenderam por cerca de um ano. Ela relatou episódios em que o ex-ministro a tocou de forma inadequada durante reuniões de trabalho, incluindo um incidente ocorrido em maio de 2023, no qual o ex-ministro a tocou por baixo da mesa na presença de outras autoridades, como o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Em seu depoimento, Anielle descreveu a situação como uma escalada de desrespeito, que começou com “cantadas mal postas” e evoluiu para comportamentos claramente inapropriados. As denúncias de assédio se tornaram públicas, o que resultou na demissão de Silvio Almeida do cargo de ministro em setembro deste ano.
O caso agora segue para análise da PGR, que decidirá se formaliza a denúncia por assédio sexual. Caso a denúncia seja aceita, o ex-ministro poderá enfrentar um processo judicial que poderá culminar em uma possível condenação.


